segunda-feira, 26 de abril de 2010

A ILHA DE ITACURUÇÁ




A Ilha de Itacuruçá, localizada na Baía de Sepetiba, no Estado do Rio de Janeiro, tendo como divisão geopolítica os municípios de Mangaratiba e Itaguaí, possui diversidade natural e população das mais hospitaleiras e interessantes do nosso país.

São muitas praias (como a Grande - com seus 700 metros de extensão e muito visitada pelos turistas e proprietários de lanchas, vindas geralmente do Iate Clube de Itacuruçá, o 3° maior da América Latina - da Viola, do Boi, da Sapinhoera, da Bica, da Gamboa, da Guatiguara, de Águas Lindas, da Flexeira, etc.) corredeiras, manguezal, pedras para práticas esportivas como rapel e escalada, pousadas e hotéis, várias casas de veraneio e muitas casas dos antigos moradores da ilha - os caiçaras.

A Ilha possui 994 hectares (cerca de 10 milhões de metros quadrados) e 26 quilômetros de perímetro, sendo possível contorná-la a pé, em oito horas de caminhada, apreciando tudo o que o Ecoturismo local pode promover ou, em apenas uma hora, com uma lancha de pequeno porte, numa circunavegação possivelmente realizada por um barco da ABIT, Associação dos Barqueiros de Itacuruçá, que só admite como novo associado, um nativo do local.

A pesca artesanal é uma das maiores influências do trabalho coletor dos antigos trabalhadores do mar desta região: o índio. Dessas águas fartas, surge um dos maiores símbolos locais, o robalo (centropomus retus e centropomus undecimalis).

Tanto que sua forma é destacada no próprio brasão de Mangaratiba, confirmando o fato.
Um pouco de História

Diz os anais da História carioca que até 1818, Mangaratiba pertencia ao Município de Angra dos Reis, passando então à jurisdição de Itaguaí, que fora elevada de aldeia a "Vila de São Francisco Xavier de ltaguaí" em 5 de junho daquele ano, pelo Alvará que ainda anexava à nova Vila a Ilha de Sapimiaguira ("picada de ave que queima", alusão dos nativos a abelha ou marimbondo), atual ltacuruçá, cujos recursos passariam a ser aplicados em ltaguaí.

Muito antes disso, porém, esta terra pertencia aos tamoios, que lutaram bravamente para resguardá-la, saqueando lavouras e queimando moradias dos primeiros colonos que aqui chegaram quando Capitania de Santo Amaro.

O rei D. Manuel I doou Santo Amaro em 1534 a Pero Lopes de Souza, muito desinteressado, confiou a Capitania a Antonio Affonso, que também nada fez pela terra recebida, que só progrediu alguma coisa graças à vizinhança da Capitania de São Vicente, de Martim Afonso de Souza, irmão de Pero.

Já o desbravamento do atual território de Itaguaí foi iniciado em meados do século XVII, quando índios da Ilha de Jaguanum (na época denominada Jaguaramenon) se transferiram para a Ilha de Itacuruçá. Da ilha mais tarde atravessaram para o Continente onde se fixaram entre os rios Tinguaçu e Itaguaí. Nesse local chegaram mais tarde os missionários da Companhia de Jesus para iniciar sua catequese, tendo como marco divisório a vetusta Real Fazenda de Santa Cruz.

Na Ilha de Itacuruçá existe algumas capelas como a do Sagrado Coração de Jesus na Praia da Gamboa, a Nossa Senhora do Rosário na Praia Grande, etc. todas elas sob o julgo da igreja Nossa Senhora de Santana, datada de 1840, hoje com uma linda iluminação artística.

Segundo Bessa, J. e Malheiros, M. em “Aldeamentos Indígenas do Rio de Janeiro”, os inúmeros aldeamentos existentes no Rio, formados em sucessivas datas ao longo de um período colonial, muitos deram origem a atuais cidades e sedes de municípios. Apenas quinze conseguiram chegar ao século XIX conservando elementos da identidade tribal, entre eles: Aldeia de São Francisco Xavier – Itaguaí (1615) e a Aldeia Nossa Senhora da Guia – Mangaratiba (1620).

Hoje, a Ilha possui alguns problemas como crianças com gaiolas de passarinhos na mão, como se fosse brinquedo dos mais simples, e todos sabemos que não é.

Precisamos estar atentos as reais necessidades desses habitantes que anseiam por lazer de qualidade e em seus tempos disponíveis, achar qualidade em entretenimento.

Viva as belezas da Ilha de Itacuruçá!

Nelson Wenglarek
Turismólogo

3 comentários:

  1. E aí? Será que este lugar merece ou não destaque no cenário nacional do Turismo?

    ResponderExcluir
  2. olá Nelson, meu nome é Ligia. A minha familia é herdeira de algumas terras na praia grande na ilha de Itacuruçá. Inclusive foi o avô da minha avó quem construiu a capela da Nossa Senhora do Rosário. Eu gostaria de saber se vc saberia a respeito da tal fazenda do Regente Feijó. Essa fazenda realmente teria pertencido a ele ou é um equivoco. Parece que em Mangaratiba quem terminou a construção da Igreja Nossa Senhora da Guia foi um outro padre Feijó...
    Se vc preferir pode responder pelo e-mail: ligialoni@hotmail.com
    Ficaria muito grata com a resposta!
    Lígia

    ResponderExcluir
  3. oi boa noite, gostaria de saber como se dá o nome da pessoa que transporta os turistas da praia pra ilha?

    ResponderExcluir

Não deixe de comentar. Sua opinião, seja ela qual for, é deveras importante. Obrigado.